Causos

O CAUSO DO ARROTO
Lázaro Mariano

Ceabe a algumas décadas em Betim.

Já vamos começando o batismo dos causos do AMIGOS DO FORRÓ com uma que ouvi hoje de minha secretária. Dias desses, assim que terminou o trabalho, ela estava descendo com sua colega de igreja lá pras bandas do mercado velho da cidade de Betim que ainda resiste ao tempo e ao nome de Ceabe. 

Este lugar de encontro de pessoas de múltiplas culturas, dentre elas uma velha que faz o ponto num local como pedinte. Esta, entrega um papel plastificado como se fosse muda, com os seguintes dizeres: “ Estou sem dinheiro, preciso de ajuda e ainda não aposentei, o que puder dar Deus de dará em troco”.

A secretária vira pra amiga e diz: “Não tenho trocado aqui você tem?"

A outra que é da mesma igreja e acostumada a praticar a solidariedade, mais que depressa revista sua bolsa, separa o dinheiro do ônibus e entrega 25 centavos para a velha. Esta então olha a moeda, olha para cara da moça, olha pra moeda, novamente para cara da moça e solta um enorme arroto...

A moça leva tanto susto que quase cai pra trás e logo disse para a secretária:

- Será que se eu desse 50 centavos ela iria peidar? Essa menina não parava de rir, quando entrou no ônibus o povo perguntou se ela “tinha achado o ninho da égua”. 

Aí que a situação ficou mais engraçada ainda... E caíram as duas na gargalhada!


Hoje é o Mercado Central de Betim e um dos pontos turísticos da cidade.


O PROFESSOR FEIO
Lázaro Mariano




Um colega professor amigo meu contou a seguinte situação que acontecera com ele em uma das escolas que trabalha:

Estava passando por duas alunas "feiinhas" na hora do recreio. As meninas de 11 anos mais ou menos, ainda muito novinhas, estavam naquele canto curtindo o momento delas. O professor ficou incomodado com o "isolamento das alunas" e disse:

- Nossa que gracinha vocês são. Vocês gostam de estudar nessa escola? Por que não se juntam com o restante das crianças no recreio?

Uma das meninas logo disse:
- Professor esquisito.

E a outra mais que depressa:
- E você viu o tanto que ele é feio!



O CAUSO DO TATU
Marciano Teixeira com adaptação de Lázaro Mariano


Este fato se deu na Fazenda Baú a 50 km de Piumhi na  propriedade de Ludgero, conhecido como Mãozinho  onde  a turma  de  trabalhadores  primos    e  amigos  faziam  um  trabalho  de  encher silos com milhos  cortados  nas  ladeiras,  com  foices,    enxadas e  puxados  de  caminhão, carroças  e carretões  de  bois   e  levado  pra  beira  de  uns  buracos  redondos    de  6  por 6 metros.

Era o que usava naquela época. Depois isso tudo era moído num motorzinho estacionário, a óleo diesel até as madrugadas.

Tinha um primo meu que trabalhava com a gente, que tomava uns golinhos avultados.   Num dia daqueles nos deitamos pra tirar um cochilo às três e meia da manhã. Estava lá na peleja pra dormir quando os cachorros acuaram na beira do  corguinho.
É tatu, disse o rapaz já caindo pelas tabelas. Nesse momento já      saiu correndo pra beira do córrego às 4 horas da manhã gritando:

- Cerca no rasinho cerca no rasinho... Ai caiu dentro do córrego se molhou todo e veio com o tatu na mão.

Um amigo por apelido Tinga disse:

- Vou matar, vou matar e pegou um facão do tamanho de uma semana e foi traçar o tatu galinha e gritou:

- Liga o gás!

O tatu mais que depressa espirrou de sua mão e foi bater lá no corguinho novamente.

Dizem que é porque antigamente, o pessoal caçava tatu enfiando a mão no buraco e puxando o bicho pelo rabo. Depois, passaram a injetar gás de cozinha, e o bicho saltava fora. Ficaram tanto tempo usando este modo, que agora quanto grita gás, o tatu já sai correndo.



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