Biografia

Marciano Alves

Marciano no tempo da brilhantina com 18 anos em 1973
Marciano Alves Teixeira, nasceu no dia 07 de dezembro de 1955, em Araúna, em Guapé MG, cidade do sul de Minas Gerais.
Começou aprendendo violão aos 7 anos de idade. Um violão que seu pai tinha de cravelhas de madeira da marca Tranquillo Giannini S/A. Pegava vitrolas emprestadas e através dos discos vinis afinava o violão.

Marciano e sua viola de 10 cordas.
Em 1958, ouvia o Zé Russo pela Rádio Excelsior de São Paulo e no ano seguinte o acompanhou pela Rádio Nacional de São Paulo onde mais tarde também teria Edgard Souza.
Assistiu a José Russo durante nove anos que apresentou o Programa "Linha Sertaneja Classe A" pela Rádio Record ao lado do comunicador Zé Béttio, com liderança absoluta em audiência no horário.
José Russo, apresentador da Linha Sertaneja Classe A.

Sempre assistia todos os programas sertanejos da Rádio Record como, Zé Béttio, Osvaldo Béttio, Barros de Alencar. Edgar de Souza da Rádio Nacional de São Paulo.
José Béttio



José Béttio em ação.


José Béttio atualmente.
Se interessou por música quando ouvia Filhos de Goiás, Zé da Silva e Silveri, Trio Parada Dura (Creone, Barrerito e Mangabinha), Silveira e Silveirinha, Silveira e Barrinha, Canário e Passarinho, Léo Canhoto e Robertinho, Barnabé, Saracura, Tonico e Tinoco, Lourenço e Lourival, Liu e Léu, Zico e Zeca, Zilo e Zalo que conheceu através da Linha Sertaneja Classe A de José Russo.

Osvaldo Bettio que faleceu em 29 de junho de 2015 aos 84 anos de idade, nasceu em 20 de novembro de 1930 e estreou na Record em 20 de novembro de 1974.



Programa de Osvaldo Bettio em 1983
Depois que aprendeu tocar violão, fez parceria com Nivaldo, Jorge Rezende, Ismael, João Vitor, Eurípedes e Eurides, Itamar, Ninico, Lázaro Mariano, Toizinho do Varistinho e seu irmão José Agostinho. Encontravam no bar “Gato Preto”, “Hotel Caiçara”, “Barzinho do Aleijadinho” na Praça Padre Alberico em Piumhi por volta do ano 1962 até 1977.

Marciano chegou a mandar composições endereçadas à Linha Sertaneja Classe A para Léo Canhoto e Robertinho. Ficava torcendo que gravassem uma de suas músicas. Hoje tem várias composições e algumas já gravadas. Já recebe direitos autorais pela execução de "Natureza em Desabafo" que fez em parceria com seu irmão Lázaro Mariano.

De tanto ver os solos de Barrinha quando fazia dupla com Silveira, Marciano aprendeu os solos e hoje é um virtuoso solista de violão caipira.

Marciano e Amador, acompanhados de Jorge Rezende

Pela Rádio Inconfidência ouvia muito o Programa de “Delmário é o Espetáculo” e A Hora do Fazendeiro. O programa "A Hora do Fazendeiro" iniciou no mesmo dia da fundação da Rádio Inconfidência, exatamente no dia 07 de setembro de 1936.

Naquela época a atração era produzida e apresentada por João Anatólio Lima, e também era programa de auditório, Marciano conta que tinha muita vontade de estar lá. Lembra que era a única rádio de Minas Gerais que pegava em Piumhi. Lembra de  Tina Gonçalvez que começou na rádio em 1970 à convite de Delmário, do programa "Delmário é o Espetáculo", considerado o Mazaroppi do rádio brasileiro com quem inclusive a apresentadora  dividiu o microfone.

Foi neste programa do Delmário que Marciano repetia: “Hoje tem marmelada? Tem sim senhor! Hoje tem Goiabada? Tem sim senhor! O palhaço que o que é? É ladrão de mulher!” “O circo nasceu pro mundo, o mundo nasceu palhaço é um barracão de lona erguido em cabos de aço”.

Foi na Inconfidência que Marciano aprendeu a levada de viola de Moreno e 
Moreninho.

Tina Gonçalvez apresentadora do Programa Hora do Fazendeiro na Rádio Inconfidência.

Marciano ainda lembra da Jovem Guarda que também o influenciou. Foi um programa de televisão que surgiu em meados da década de 1960, que mesclava música, comportamento e moda. Em  agosto de 1965, a partir de um programa televisivo exibido pela TV Record, em São Paulo, apresentado pelo cantor e compositor Roberto Carlos, conjuntamente com o também cantor e compositor Erasmo Carlos e da cantora Wanderléa, a Jovem Guarda deu origem a toda uma nova linguagem musical e comportamental no Brasil. Marciano passava sua brilhantina e ia para os bailes tocar seu violão e cantar novas modas que tinha aprendido pelo rádio. Ainda hoje reclama de não ter mais os “Bailes de Barraca”.

Léo Canhoto e Robertinho considerados os “rippes” da música sertaneja, ou se preferirem a dupla de “cabelos longos”, slogan criado pela dupla no fim dos anos 60, mais precisamente em 1969 foi forte influência para Marciano quando cantava com Ismael, seu amigo de cabelos longos à moda Beatles.

Da época do Iê-iê-iê usado como denominação do rock'n'roll brasileiro da década de 1960 que o aspirante à artista sonhava vendo a televisão em preto e branco de seus vizinhos. Esperava até mais tarde para também assistir uns programas sertanejos que passavam.

Aos domingos não saia da venda do Zico do Bairro Pindaíbas para ver o Programa de Geraldo Meireles, o “Canta Viola”. Quando terminava o Programa era a vez de Marciano juntar-se aos parceiros e formar aquela roda de viola.
Em 1973 comprou sua primeira vitrola vermelha com o 1º LP de João Mineiro e Marciano onde aprendeu novos ritmos e ideias que surgiam na música sertaneja. Ouviu tanto guitarra havaiana que inventou uma maneira de tocar violão com “Pente Flamengo”. Para dar aquela sonoridade tinha que ser aquele pente que muito usado na época juntamente com um espelho oval que carregava no bolso.

Continuou acompanhando seus ídolos a partir de 1984 quando Zé Russo transferiu-se para a Rádio Capital, onde apresentou o programa "Linha de Frente", que também foi campeão de audiência.

Lembra muito do que aprendeu com Fiico de Maria Ferraz quando faziam as rodas de viola com seu Pai Evaristo no terreiro de chão batido. Os bailes de barraca no Neném do Morro, na Caeira, no Catute, no Zé Alzira, na Aurora, na Maria do Filhote, no Pereirinha, Antônio Baiano, Joaquim Maciel. O melhor parceiro de bailes foi Jorge Rezende (Jorge da Viola).


Marciano e Jorge Rezende virtuoses no violão e viola caipira.

Tocou em cidades como São Roque de Minas, Pratápolis MG , Itáu de Minas, Campos altos, Lagoa da Prata MG , Capitólio MG e suas regiões como Grotão, nas currutelas de Piumhi como Coito, Espalinha, Barreiro, Mata das Capoeiras, Mata da Lagoa, Lagoa dos Martins, São Leão e tantas outras.
Ganhou 2º lugar com o parceiro Joaquim Catute no Festival Bola e Viola em 1969. Participou destes festivais até 1975 que eram coordenados por Antônio da Arminda, Tonho Branco (assassinado de forma cruel em 2015 em seu sítio em Piumhi).

Casou-se com Teresinha Lecilda Teixeira em 1977 e teve 3 filhas. Hoje tem 4 netos.

Ganhou o 4º lugar do Festival de Viola Caturico na parceria de seu irmão Lázaro em 1994 com a coordenação do locutor, radialista e cantor, Raul Fontes que é um apoiador e gestor cultural em Piumhi.
Os Amigos do Forró surgiu quando tocavam num baile em Capitólio já nos anos 2000, no Galpão da Sociedade São Vicente de Paulo, nome sugerido por José Agostinho. Na época eram José de Souza, José Rodrigues, Marciano e José Agostinho. Hoje José Agostinho, Roque, Amador e Marciano e às vezes Jasminor complementa o grupo.


José Agostinho
José Agostinho em Encontro de Gerações em 2011 em Piumhi com ASSUNTA
José Agostinho não aparece, mas está no tambor tocando com Delmon da dupla:
Delmir e Delmon ( do primeiro Trio Parada Dura) na chácara de Ademir ao fundo.
José Agostinho no mesmo dia da foto anterior.
José Agostinho nasceu em 04 de maio de 1953, filho de Aparecida Maria Alves e Evaristo Mariano Alves.
Conheceu os primeiros acordes através de seu pai que solava um violão em mi maior e ficava tentando imitá-lo. Parceiro do irmão Marciano Alves Teixeira tocou nos bailes de barraca nas regiões de Piumhi MG, São Roque de Minas, Bambui MG, e outras cidades do Centro Oeste mineiro. No sul de Minas conheceu Três Pontas, onde pode mostrar um pouco de sua cultura trazida dos pântanos piunhenses, formada a base da cantoria nas tiradas de tarefas.

Sempre gostou da viola em Rio Abaixo e conhece muitas modinhas de domínio público que tirava em sol maior.
José não é um exímio músico, mas sempre se interessou por percussão, ele mesmo fabrica seus tambores e pandeiros. São muito bem acabados. Não leva isso como profissão, mas de vez em quando vende alguns.

Agostinho tem um talento enorme para inventar as coisas, às vezes inventa as suas próprias ferramentas para fabricação dos instrumentos. Noutro dia cheguei em sua casa e estava com uma máquina pronta, dizia que era para cortar ferros: Um motor de tanquinho de lavar roupas anexo a um esmeril de outro lado. Até brinquedos de criança ele fabrica, já fez pequenos instrumentos de corda também.

É uma espécie de produtor do AMIGOS DO FORRÓ. Ele faz tudo, desde o transporte, até o som, os instrumentos, sem ele o grupo teria bastante dificuldade.



Um comentário:

  1. Gostaria de recordar a voz e a imagem do apresentador Delmario e o espetáculo

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